A BR-101 é uma das rodovias mais importantes do país. Só no estado do Rio, a estrada passa por Niterói, baixada litorânea, Norte Fluminense e vai até a divisa com Espírito Santo. O trecho tem cerca de 320 quilômetros de extensão.
De acordo com dados da concessionária Autopista Fluminense que administra a rodovia, 75% dos veículos que passam pela estrada são leves e o restante, 25% são pesados.
Com trânsito intenso o perigo de acidentes cresce a cada dia. Mas o que de fato contribui para que tantas mortes aconteçam na rodovia? Será as condições da estrada, ou a imprudência dos motoristas?
Para o caminhoneiro Edilson de Souza de 39 anos, os acidentes acontecem principalmente por causa da imprudência dos motoristas.
“É cada absurdo que a gente vê na estrada. Os motoristas vão cortando a gente em qualquer ponto, isso com carro, ônibus, até os colegas de caminhão, e aí acaba acontecendo às coisas”, relata.
Edson trabalha há 17 anos como caminhoneiro e transporta vinho. Duas vezes por mês vem de Porto Alegre e passa por Teresópolis, região serrana do Rio e Campos. O motorista diz que nunca se envolveu em acidentes, mas tem muito receio da BR-101.
“Passo por aqui porque é meu trabalho. Essa estrada é muito violenta, principalmente porque as pessoas não respeitam”, afirma.
Independente dos motivos, imprudência ou condições da pista, o fato é que a BR-101 provoca medo, e talvez por isso, é chamada de “Rodovia da Morte”.
Para o Yuri Guerra, chefe da Polícia Rodoviária Federal em Campos a imprudência dos motoristas sem dúvida é a principal causa de acidentes.
“Os motoristas insistem em cometer imprudências. Por incrível que pareça tem situações em que o condutor estava sem cinto de segurança na hora da colisão. Algo que todo mundo sabe que é essencial todas as vezes que for sair de carro, ainda mais pra pegar uma rodovia. É muito grande o desrespeito, e por mais que a gente alerte os motoristas insistem em fazer errado, e aí no final o resultado são as mortes”, revela.
Uma pesquisa da PRF mostra que de 2008 até 2011, as ocorrências de acidentes com mortes aumentaram na BR-101. Em 2008 foram 658 acidentes, com 32 vítimas fatais. Em 2009 o registro foi de 708 colisões, com 39 mortes. No Ano de 2010, foram 797 acidentes, 52 pessoas perderam a vida. Já em 2011, aconteceram 959 acidentes, 55 pessoas morreram.
O aposentado Nivaldo Ferreira Dias, de 62 anos, mora no Rio, e vem sempre a Campos visitar parentes. Para ele o excesso de velocidade é um dos fatores responsáveis pela violência na estrada, mas com a duplicação os acidentes devem diminuir.
“A estrada está boa, o asfalto lisinho e isso faz com que os motoristas corram demais, as pessoas dirigem como loucos. Acho que quando duplicar a pista a situação vai melhorar”, afirma.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou em 2009 a antecipação da duplicação da via, mas isso só deve acontecer em 2017, quando forem concluídas as obras.
A Autopista Fluminense, declarou que 465 milhões de reais foram investidos em obras de manutenção da estrada desde a privatização, que aconteceu em março de 2008. A concessionária disse também, que nos 25 anos de concessão, um investimento de mais 3 bilhões de reais vai ser aplicado na BR-101.
Ururau