A educação no Brasil melhora mais rápido na base do que na ponta. É o que mostra o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, indicador bienal divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC). Nos anos iniciais do ensino fundamental, o país atingiu a nota 5, um crescimento de 0,4 em relação a 2009, e já superou a meta prevista para 2013, de 4,9. O avanço nos anos finais do fundamental foi mais lento: subiu de 4 para 4,1, mas bateu a meta estabelecida, de 3,9. Já o Ensino Médio continua sendo o calcanhar de aquiles do sistema educacional. Com uma melhora de 0,1, atingiu o objetivo, de 3,7, mas continua com resultados piores do que os outros segmentos.
Se forem analisados os avanços obtidos desde 2005, quando o índice foi calculado pela primeira vez, a nota dos anos iniciais evoluiu três vezes mais rápido do que a do ensino médio: de 3,8 para 5, enquanto o último segmento saiu de 3,4 para 3,7. Assim, os dados mostram que, na medida em que o aluno avança na sua vida escolar, seu rendimento piora. A lentidão na melhora também é observada nos anos finais do ensino fundamental. A cada biênio, a melhora tem sido menor.
Em entrevista coletiva para a imprensa, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou os resultados.
- É uma vitória dos professores do país. Ao mesmo tempo, nos diz que é preciso trabalhar intensamente porque há muito desafios ainda pela frente - disse.
O ministro lembrou que os avanços obtidos nas séries iniciais são fruto de investimentos do governo federal, mas também da ação de professores.
- Políticas públicas são importantes, mas o fundamental é o professor em sala de aula e o gesto da escola.
Mercadante manifestou preocupação, no entanto, com indicadores que mostram que, no Nordeste, 1/3 dos alunos chegam aos 8 anos sem ter sido alfabetizados. Para isso, prometeu um pacto nacional para garantir a alfabetização na idade certa. O governo federal vai lançar o programa ainda este mês incluindo estímulos financeiros para professores dedicados à alfabetização.
Para a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, deve-se comemorar os resultados dos anos iniciais. Para ela, o avanço ocorreu em virtude dos investimentos que vêm sendo feitos na alfabetização.
- Temos que comemorar os resultados nos anos iniciais do fundamental. Houve avanço porque os investimentos estão sendo feitos na alfabetização. O plano do MEC de alfabetizar na idade certa, provavelmente, fará com que os resultados melhorem. Agora, é necessário que haja um pacto entre municípios e estados para que não haja descontinuidade dos bons resultados conforme os alunos vão avançando na escola. E o Ideb também não deve ser encarado apenas como um ranking, mas como um processo, analisando o que dá certo e o que não funciona, para que a educação melhore - diz Priscila. - Infelizmente, com o passar dos anos, cai a porcentagem do que os alunos aprendem, as escolas perdem a capacidade de garantir que aprendam.
Já Naércio Menezes Filho, professor de Economia e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, em São Paulo, um dos motivos para o bom desempenho dos anos iniciais do ensino fundamental não continuar no ensino médio está no fato de que o aprendizado é cumulativo, então “os vícios e problemas de aprendizado que o aluno acumulou em anos anteriores aparecem com mais clareza lá no final'':
- Além disso, um colégio municipal fica mais anos com um aluno, tem mais tempo para trabalhar mudanças, enquanto a rede estadual, que cuida do ensino médio, fica apenas três anos com o estudante.A meta estabelecida no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é de que o Brasil atinja a nota 6 nos anos iniciais em 2021. Esta é considerada a média dos países desenvolvidos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - explica o professor.
Na Prova Brasil, os estudantes fazem avaliações de português e matemática. Foram exatamente estas provas que puxaram o índice no primeiro segmento do ensino fundamental. A média nas duas disciplinas subiu de 5,22 em 2009 para 5,43 em 2011. Ao mesmo tempo, a aprovação diminuiu, o que puxou o número para baixo. O Índice de Rendimento (IR), que consolida as taxas de aprovação e reprovação, caiu de 0,91 para 0,89. Nos anos finais do fundamental, tanto o IR quanto a média das notas na Prova Brasil melhoraram: de 0,82 para 0,83 e de 4,88 para 4,97.
No caso do ensino médio, nada mudou em dois anos. A taxa que mede a eficiência do fluxo escolar permaneceu em 0,8, assim como o desempenho dos alunos, que ficou em 4,57.
Ideb do estado do Rio de Janeiro fica acima do projetado pelo MEC
As escolas de educação básica do Rio de Janeiro obtiveram média geral acima do esperado pelo Ministério da Educação (MEC), segundo pesquisa que analisa o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nesta terça-feira (14).
Segundo projeções do MEC, a expectativa para o estado era atingir média geral de 4,1, levando em conta os quatro últimos anos do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). No entanto, de acordo com os dados da pesquisa do Ideb, o Rio obteve média 4,2.
Comparando com dados obtidos na pesquisa anterior, o estado também obteve melhora no desempenho. Em 2009, o Rio obteve média 3,8.
Ainda de acordo com a pesquisa, levando em conta os dados de 2011, o Rio de Janeiro tem as escolas com a segunda, terceira e quarta melhores médias do ranking nacional. No topo da lista do estado está o Colégio Estadual Waldemiro Pita, com 7,8, seguido do Colégio Estadual Oscar Batista, com 7,7 e do Colégio Pedro II, com 7,6.
No entanto, no outro extremo da lista, o Rio ocupa a 5ª pior posição. De acordo com os dados apurados em 30.842 escolas de ensino fundamental do país, o colégio Estadual Lauro Sodré ocupa a posição 30.838.
Segundo projeções do MEC, a expectativa para o estado era atingir média geral de 4,1, levando em conta os quatro últimos anos do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). No entanto, de acordo com os dados da pesquisa do Ideb, o Rio obteve média 4,2.
Comparando com dados obtidos na pesquisa anterior, o estado também obteve melhora no desempenho. Em 2009, o Rio obteve média 3,8.
Ainda de acordo com a pesquisa, levando em conta os dados de 2011, o Rio de Janeiro tem as escolas com a segunda, terceira e quarta melhores médias do ranking nacional. No topo da lista do estado está o Colégio Estadual Waldemiro Pita, com 7,8, seguido do Colégio Estadual Oscar Batista, com 7,7 e do Colégio Pedro II, com 7,6.
No entanto, no outro extremo da lista, o Rio ocupa a 5ª pior posição. De acordo com os dados apurados em 30.842 escolas de ensino fundamental do país, o colégio Estadual Lauro Sodré ocupa a posição 30.838.
Entenda o Ideb
O Ideb é um índice desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que tem como objetivo mensurar a qualidade da educação brasileira. No seu cálculo são combinados dois fatores: o desempenho dos estudantes na Prova Brasil, aplicada a cada dois anos, e a taxa de aprovação das redes, usada para medir a eficiência do fluxo escolar. Por isso, uma rede pode ter um desempenho acadêmico melhor do que outra, mas um Ideb pior, devido a taxas de aprovação menores.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/ideb-2011-brasil-supera-metas-mas-ensino-medio-ainda-preocupa-5788495#ixzz23ZpN4sZL / G1.com
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