O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira investimentos de R$ 505 milhões em radioterapia ao longo de cinco anos, além da parceria entre dois laboratórios públicos e cinco privados para a produção nacional do medicamento Imatinibe, usado no tratamento contra o câncer. Segundo o ministério, a produção do medicamento, que atualmente é importado, representará uma economia de R$ 70 milhões por ano para a pasta. O ministro disse ainda que a produção desse medicamento vai incentivar a realização de pesquisa no Brasil.
- Prover o SUS de medicamentos (produzidos no Brasil) o deixa imune à oscilação cambial, a qualquer oscilação de economia internacional. Ou seja, o Brasil passando a produzir para sua população, e com a perspectiva de que nós temos também de que vamos passar a exportar alguns medicamentos - defendeu Padilha.
Já os investimentos em radioterapia, diz o ministro, reduzirão as desigualdades de acesso ao tratamento. Serão criados 32 novos centros, em especial no Norte, Nordeste e interior das outras regiões. Outros 48 já em funcionamento, concentrados no Sudeste e Sul, terão seus equipamentos renovados. O ministro prometeu ainda uma instalação mais rápida dos equipamentos, uma vez que atualmente é comum a sala já estar construída antes de o equipamento chegar. Agora, informou, será um contrato único, em que sala e equipamento serão adquiridos de uma só vez.
O ministro também informou que a nova regra de margem de preferência dará vantagens às empresas que produzam o equipamento de radioterapia no Brasil. Hoje, não há nenhum fábrica desse tipo no país. A previsão do ministério é que a primeira comece a funcionar em 2015.
- Esse mecanismo de contrato que o Ministério da Saúde fará, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, vai nos permitir a atrair uma fábrica para produzir aqui no Brasil, fazendo com que a produção de equipamentos de acelerador linear para radioterapia no câncer também seja cada vez ver mais sustentável, gere inovação tecnológica e empregos - afirmou o ministro.
Pesquisa de células-tronco vai receber R$ 15 milhões
O Ministério da Saúde anunciou também que serão investidos R$ 15 milhões na pesquisa de células-tronco, que permitirão a produção nacional em oito centros de terapia celular, dos quais três (Curitiba, Salvador e Ribeirão Preto) já estão em atividade. Do total, R$ 8 milhões irão para os centros, e o restante será aplicado em editais de pesquisa abertos ainda este ano. Segundo o ministério, atualmente grande parte dos insumos utilizados no Brasil são importados.
Hoje o Conselho Federal de Medicina (CFM), ainda não tem uma resolução sobre a terapia celular. Assim, não é possível falar ainda em produção em escala comercial no Brasil. Mas a intenção do ministério é dotar o país de capacidade para atender tais demandas quando houver uma regulação do CFM sobre o tema. O ministério quer que esses centros estejam aptos a subsidiar hospitais públicos e privados na recuperação de órgãos por meio da terapia celular.
- O know how de produção de suas próprias células-tronco, embrionárias e adultas, vai baratear as pesquisas na área e possibilitar a produção em escala para uso comercial - argumentou o ministro na segunda-feira, quando fez o anúncio durante a abertura do Encontro com a Comunidade Científica 2012, em Brasília.
Atualmente, o uso de terapia celular em pacientes só é permitido no âmbito de pesquisas clínicas. Só há uma exceção: quando as células-tronco são derivadas da medula óssea, e não de embriões.
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