Os produtores rurais de São Francisco têm em suas propriedades lavouras de frutas, como o abacaxi, e criação de gado leiteiro, que estão sofrendo com a escassez de água. Essa é a situação do produtor rural Alberto Santana, que não sabe mais a quem apelar. Segundo ele, toda a produção leiteira está comprometida. “Meu gado está magro e a produção de leite está diminuindo. O que está acontecendo não é nada comum. Estamos tentando amenizar abrindo novos poços nas propriedades”, disse.
A situação, segundo o coordenador da Emater no município, João das Posses, é de extrema gravidade. Ele afirma que os produtores estão solicitando maquinários para não perderem suas produções.
— Percorremos várias regiões do município e ouvimos os produtores rurais. Verificamos que a situação é muito crítica, principalmente pela grande extensão territorial de São Francisco, que é um município essencialmente agrícola. A Emater tem atendido à solicitação dos produtores, enviando máquinas para a abertura de poços, para que possam abastecer as propriedades, mas o gado perdeu peso, a produção de leite caiu em quase 40% e as lavouras de abacaxi e aipim já sofreram os impactos da seca — informou João das Posses, que tem uma reunião agendada com o secretário de Agricultura do município.
A Prefeitura de São Francisco já está ciente do problema e vem tomando providências para amenizar a situação. Em nota, a secretaria de Comunicação informou que “a secretaria de Agricultura já está realizando um levantamento dos impactos relacionados à seca para buscar alternativas, principalmente no que diz respeito à alimentação e água para matar a sede do rebanho. Para isso, será preciso ter em mãos in-formações das regiões mais atingidas e do quantitativo de animais afetados para que possam ser definidas as prioridades”.
Prefeitura de Campos monta força-tarefa
Diante da situação crítica em que se encontra grande parte das propriedades rurais de Campos, a Prefeitura montou uma força-tarefa para definir ações em caráter emergencial. A primeira reunião de trabalho aconteceu ontem, com a participação dos secretários de Agricultura e Pesca, Eduardo Crespo; Meio Ambiente, Wilson Cabral; Obras e Urbanismo, Edilson Peixoto; e Defesa Civil, Henrique Oliveira.
Ao final da reunião, Henrique informou que vai comunicar ao governo federal, de forma preventiva, sobre o risco de desastre ambiental por causa da seca. “A previsão aponta que não choverá regularmente na região nos próximos 10 ou 20 dias”.
Os trabalhos da força-tarefa implicam em ações para tentar fazer aduzir água até as propriedades, através da Lagoa Feia e do rio Paraíba do Sul, para parte da malha de canais de 1.200 quilômetros da Baixada Campista. “Os técnicos da Prefeitura e os produtores rurais constataram que as obras que o Inea fez no final de 2012 apresentam falhas. O leito dos principais canais do sistema de irrigação está assoreado em até dois metros de altura. A falta de dragagem impede o baixo volume de água de fazer seu curso normal”, disse Eduardo Crespo.
Folha Online
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