O estudo compara números do Censo 2011 com os de 2008 e revela que mais de 80% das escolas construídas entre 2009 e 2011 não possuem bibliotecas. Das 7.284 instituições inauguradas no período, pouco mais de 1.500 contemplam o espaço de leitura.
Os estados mais carentes são os das regiões Norte e Nordeste. Na rede municipal do Maranhão, só 6% das escolas têm bibliotecas. Apesar dos piores resultados se concentrarem nesses áreas, São Paulo ostenta um dos piores índices do ranking: 85% das unidades das redes estadual e municipais não têm bibliotecas, totalizando 15.084 unidades carentes.
O prejuízo é enorme: a edição 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, da Fundação Pró-Livro, mostrou que as bibliotecas escolares são a principal forma de acesso a livros entre crianças e jovens de 5 a 17 anos de idades. "Isso mostra que só a legislação não é suficiente, porque tem lei que realmente não pega", afirma Priscila Cruz, diretora do Todos pela Educação.
As instituições de ensino infantil são as mais prejudicadas. Enquanto 82% das escolas de ensino profissional e 52% das de ensino médio construídas após 2008 possuem biblioteca, apenas 10% das de ensino infantil têm o espaço. O número é um contrassenso, segundo educadores, visto que é na faixa etária dos 5 anos que a criança está descobrindo a língua escrita e precisa ser estimulada a ler.
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