A 7ª Bienal do Livro de Campos começa hoje com uma vasta programação que só termina dia 2 de de-zembro. Até lá, os apaixonados pela literatura poderão acompanhar palestras e até conversar com escritores, como Muniz Sodré, Fabrício Carpinejar, Frei Betto, Ziraldo, Thalita Re-bouças, Ítalo Moriconi, os cantores Gilberto Gil, Elba Ramalho, Nelson Sargento, o rapper MC Sapão e muito mais. O evento será realizado no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) e será aberto pela prefeita Rosinha Garotinho, às 18h. Na lista de homenageados estão os campistas Alberto Lamego e Osório Peixoto, o baiano Jorge Amado e o pernambucano Luiz Gonzaga, que será tema da apresentação de abertura. Com o título “Viva Gonzaga! Homenagem a Luiz Gonzaga”, a cantora Elba Ramalho se reúne com músico Rildo Hora e o neto do Rei do Baião, Daniel Gonzaga, para uma conversa no Café Literário, a partir das 18h. Às 22h, Elba sobe ao palco para cantar Gonzagão.
Os 100 anos de Modernismo e os 90 da Antropofagia, movimento artístico fundado e teorizado pelo poeta paulista Oswald de Andrade, também serão lembrados na bienal. Para tanto, foram convidados as atrizes Lucélia Santos e Cássia Kiss, e o ensaísta Antonio Carlos Secchim, para o encontro sobre as “Vozes do Modernismo: a revolução que abalou a vida artístico-literária brasileira”. A mediadora será a professora Vania Bernardo, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF). A palestra acontece no domingo, às 16h, no Café Literário.
Além das temáticas citadas, haverá espaço para se pensar diversas vertentes da sociedade brasileira, por meio de um passeio em questões educacionais, comportamentais e sustentáveis. Mídias sociais, rap, funk, samba, hip-hop, danças, MPB, sexo, Copa do Mundo, gastronomia, viagens, religião, contação de história e literatura também fazem desse grande mosaico de discussão que se pretende durante o evento.
As crianças também terão vez na Bienal do Livro, através do espaço Leituras na Caverna. O destaque da programação infantil que vai atrair muitos adultos é a participação do cartunista Ziraldo, com um de seus maiores sucessos: o Menino Maluquinho.
Para o diretor do Departamento de Literatura da Fundação Cultural Jornalista Osvaldo Lima (FCJOL), Alcir Riscado, o nível dos escritores convidados e as mesas de debates são pontos altos, mas também destacou o ganho na área disponível para a programação. “O espaço dessa bienal é muito maior e mais confortável se comparada com as anteriores”, ressaltou ele.
Elba Ramalho fecha o primeiro dia de bienal com um show no palco oficial, a partir das 22h. A cantora paraibana chega a Campos consagrada com a Ordem do Mérito Cultural, condecoração do ministério da Cultura,concedida a personalidades artísticas que se destacaram por suas contribuições à cultura brasileira. A premiação aconteceu no início do mês em Brasília, com a presença da presidente Dilma Rousseff e da ministra da Cultura Martha Suplicy. A edição deste ano também homenageou o centenário de Luiz Gonzaga.
Números
A previsão é que cerca de 10 mil pessoas passem diariamente pelo Cepop, podendo escolher participar da programação no espaço do Café Literário, Botequim Literário, Espaço Jovem ou Leituras na Caverna. O local conta ainda com Espaço Es-petáculo e praça de alimentação. Cerca de 50 de editoras e livrarias confirmaram presença.
Ginásio do antigo Cefet abrigou primeira bienal
Foi no ano de 2000 que aconteceu a 1ª Bienal do Livro de Campos, que teve como patrono o cartunista Ziraldo. Idealizada pelo professor Lenilson Chaves, já falecido, o evento foi realizado no ginásio do antigo Cefet, hoje IFF. Pela repercussão positiva, o espaço se mostrou pequeno para as próximas bienais.
Até a 5ª edição, a festa literária de Campos passou a ser realizada no amplo Parque de Exposição da Fundação Rural de Campos. Se num primeiro momento houve quem reclamasse da distância, a decisão se mostrou acertada, por facilitar a presença dos estudantes de Campos e de municípios vizinhos.
Havia, então, a concepção de que uma bienal tinha como seu principal alvo a gurizada. Por saber que essas só iriam em massa junto às suas escolas, foi dado ênfase na visitação escolar. De lá para cá, as bienais ganharam o colorido e a algazarra da criançada em movimento pelos corredores entre os estandes ou participando ruidosamente de algum evento, dos muitos que são programados para público infantil. A 6ª edição foi feita com sucesso na Praça São Salvador.
Agora uma nova etapa, um novo desafio: a 7ª Bienal vai para o Cepop. Segundo seus organizadores, com maior conforto para o público.
Folha Online
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