quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pais estressados influenciam no risco de obesidade de seus filhos

Pais que têm vidas muito estressantes acabam, indiretamente, contribuindo para que seus filhos tenham maior risco de ficar acima do peso, aponta pesquisa.

O estresse pode ser um indicativo de diversos problemas pelos quais os pais passam e que vai acabar se refletindo no padrão alimentar familiar e, portanto, dos filhos. Além da má alimentação a falta de atividades físicas também era observada na população infantil que tinha pais estressados.

“O número de estressores é importante para essa correlação”, explica Elizabeth Prout-Marks, autora da pesquisa publicada no periódico Pediatrics. “Entre esses estressores estão problemas de saúde mental e física, incluindo insônia crônica, ganhos econômicos e divórcio. Estudos anteriores já indicavam que pais estressados aumentam os riscos do ganho de peso acima do normal em crianças, mas nosso estudo ampliou para identificar as variáveis dessa hipótese”.

Os resultados vieram de mais de 2.100 entrevistas e acompanhamentos feitos desde 2006 com uma população ampla com idade entre três e 17 anos. Os dados apontam uma tendência maior de um padrão alimentar ruim quanto apenas um dos pais é o responsável pelos filhos enquanto um menor ganho econômico estava ligado a maior tempo sem fazer atividades físicas.

Mas um dado interessante foi que nenhum desses estressores principais estava associado a menor consumo de comidas saudáveis: frutas, legumes e verduras faziam parte rotineira da alimentação dessas famílias.

“O que parece acontecer é que esses pais ensinam seus filhos a consumir mais alimentos pouco saudáveis também. Há grande ingestão de gorduras, sal e açúcares nessas famílias. Uma hipótese é que esse tipo de alimento é mais fácil de fazer, frituras, por exemplo e o estresse diário desses pais os deixa cansados para tentarem fazer comidas mais elaboradas e saudáveis”, sugere a pesquisadora que aponta ainda que esses adultos com filhos também ficam menos atentos ao que seus filhos comem nos horários entre as refeições e podem estar muito cansados para motivá-los a fazer uma atividade física, pois não quem ou não têm tempo para acompanhá-los.

“Qualquer programa de acompanhamento para evitar a obesidade infantil tem que ficar atento também para a saúde dos pais. Ajudá-los a aprender a lidar com o estresse pode se refletir em vários níveis da saúde familiar, seja dos próprios pais como da saúde de seus filhos”, finaliza Prout-Parks.


Ururau

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