Seis municípios do Rio de Janeiro decretaram situação de emergência nesta quarta-feira (4), após as enchentes provocadas pelas chuvas que atingem o estado nesses primeiros dias do ano. A informação é do coordenador regional de Defesa Civil do noroeste, Douglas Paulich.
Segundo ele, Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Miracema e Santo Antônio de Pádua precisam da ajuda do estado para se recuperarem das tragédias.
Cardoso Moreira |
O diretor-geral do Departamento Geral de Defesa Civil do estado, coronel Marcos Almeida, informou que há 5 mil desalojados e 60 desabrigados em Itaperuna, 2.500 desalojados e 400 desabrigados em Laje do Muriaé e 12 mil desalojados e 300 desabrigados em Santo Antônio de Pádua.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Santo Antônio de Pádua, Angelo Alberto Figueiredo, apenas duas áreas da cidade não foram atingidas pelos alagamentos. O nível do Rio Pomba, segundo ele, chegou a 5,4 metros, quase 2 metros acima do limite. O hospital municipal foi esvaziado antes mesmo que a cheia atingisse o local.
Santo Antônio de Pádua |
Em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, a principal via da cidade, a BR-356, foi interditada. “Um distrito está sem abastecimento de água e o hospital São José do Avaí, o maior daqui, está alagado, funcionando só para casos graves”, afirmou.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, capitão Joelson Oliveira, a água subiu 1, 3 m além do limite no Rio Muriaé.
Itaperuna (Foto: Ururau) |
Já em Italva, também no Noroeste Fluminense, houve inundação e enxurrada, de acordo com o secretário de Defesa Civil do município, Gedeão Bispo de Sousa. Bancos e hospitais estão fechados. “As famílias saíram de casa, foi muito rápida a enchente no Centro, derrubando muros e paredes”, disse ele.
Segundo o secretário, o pronto-socorro da cidade está interditado. “Estamos esperando a equipe do estado, para ver as ações na área da saúde. Médicos de outras localidades não conseguem chegar aqui”, contou. Ele afirmou que metade da população de Italva foi atingida. “
"O nível do rio está mais de 1 metro além do normal e desde terça-feira não diminui em nada, um sinal que está represando aqui em Italva. Pouca coisa do atendimento de emergência está funcionando, somente ambulatório. Todo trabalho é no sentido de não colocarmos a população em risco de morte. Está tudo parado e as cheias não diminuem”, disse ele.
Mortes
Nesta quarta-feira, a Secretaria estadual de Defesa Civil informou, às 19h19, que o município de Laje do Muriaé passa a considerar apenas um óbito por causa da chuva, e não dois, como divulgado até então. Um dos casos, um infarto, não teria acontecido por causa da enchente.Dessa forma, o balanço total é de dois óbitos no estado do Rio. Anteriormente, o número divulgado pela Defesa Civil era de pelo menos três óbitos por causa da chuva. A outra morte foi registrada em Miguel Pereira, no Centro Sul Fluminense.
Kit calamidadeDe acordo com a Secretaria estadual de Saúde, a prefeitura de Laje de Muriaé solicitou ao governo um kit calamidade, entregue nesta quarta-feira pelo secretário Sérgio Côrtes. O kit contém medicamentos para a atenção básica, antibióticos, hipoclorito de sódio e álcool.
O município, segundo a secretaria, foi o primeiro, do Noroeste Fluminense, a ser visitado pelo secretário e as equipes de Vigilância e Atenção à Saúde da secretaria. Côrtes anunciou a entrega de macas e aparelho de Raios-X ao Hospital municipal da cidade. A previsão era que os equipamentos fossem entregues à secretaria municipal de Saúde no final de fevereiro, mas após as chuvas o secretário antecipou a ação.
Alerta máximo
O município de Bom Jesus de Itabapoana, no Noroeste Fluminense, está em estado de alerta máximo, de acordo com o técnico da Defesa Civil municipal Alexandre Alcântara. Segundo ele, o rio já subiu 1 metro e 45 centímetros. Ele explicou que o rio que nasce em Minas Gerais recebeu 160 mm de chuva em 24h, do dia 2 para o dia 3. Essa água leva cerca de 36h para chegar ao município.“A qualquer momento essa água pode chegar. Estamos em estado de alerta máximo. A gente já tem rua atingida, três famílias foram deslocadas e a expectativa é de que o rio volte a subir. (...) A minha preocupação maior não é enchente, que é uma inundação gradual, minha preocupação são deslizamentos e desmoronamentos, porque isso é súbito”, disse Alexandre.
Veja o número de desalojados e desabrigados:
Santo Antônio de Pádua
Desalojados – 12 mil pessoas
Desabrigados – 1.200 pessoas
Itaperuna
Desalojados – 5.000 pessoas
Desabrigados – 60 pessoas
Laje do Muriaé
Desalojados – 2.500 pessoas
Desabrigados – 100 pessoas
Aperibé
Desalojados – 1.800 pessoas
Desabrigados – 60 pessoas
Italva
Desalojados – 500 pessoas
Desabrigados – 90 pessoas
Cardoso Moreira
Desalojados – 447 pessoas
Desabrigados – 80 pessoas
Cambuci
Desalojados – 310 pessoas
Desabrigados – 80 pessoas
G1.com - Rio de Janeiro / R7.com - Rio de Janeiro
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