A Defesa Civil de Campos avalia a possibilidade de o município decretar estado de emergência por conta da inundação no bairro Três Vendas, após o rompimento de um dique que funcionava às margens da BR-356, que liga Campos a Itaperuna. Segundo major Edson Pessanha, secretário adjunto de Defesa Civil, todos os documentos já estão sendo reunidos.
- Estamos fazendo estudos para definir se o município vai decretar situação de emergência. Em Três Vendas a situação é de emergência, mas é pontual. Assim que as águas baixarem mais, vamos vistoriar as casas para ver se há problemas de estrutura. Com certeza várias casas devem estar abaladas.
O Estado do Rio tinha sete cidades em estado de emergência até o início da tarde deste sábado (7). Aperibé entrou sexta-feira (6) na lista após as enchentes provocadas pela chuva. As outras são Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema. O Estado contabiliza quase 10 mil pessoas desabrigadas e desalojadas. Na quinta-feira (5) eram mais de 34 mil pessoas fora de suas casas.
Nível da água fica 20 cm mais baixo
A água do rio Muriaé que inundou o bairro Três Vendas começou a baixar na manhã deste sábado(7), segundo secretário da Defesa Civil do município, Henrique Oliveira. O nível, que chegou a atingir 2 m na maior parte da comunidade e 3 m nas ruas mais baixas, era de cerca de 1,80 m nas principais vias por volta das 11h10 - uma redução de 20 cm.
Como o nível do rio Paraíba do Sul, que vai para o Muriaé, também está baixando, a expectativa das autoridades locais é de que a situação melhore ainda mais em Três Vendas.
- A situação está se normalizando. O nível do Paraíba está descendo, o que diminui a água do Muriaé. A água desceu 20 cm, a luz foi religada. Se não tiver forte chuva no fim de semana, a previsão é que a situação da inundação se normalize bem. Até o fim da tarde, o rio Paraíba do Sul deve baixar para 8,40 m ou 8,35 m, o que vai melhorar muito a situação de Três Vendas.
Bombas de sucção para retirar água represada
O secretário explicou que, mesmo que a água atinja o nível normal do rio, ela ficará represada na comunidade, assim como ocorreu em 2009. Para que seja totalmente retirada, serão usadas bombas de sucção.
- Da outra vez que enfrentamos o mesmo problema, a situação levou cerca de quatro meses para se normalizar. Perdemos calçamentos, estruturas. Pode ser que aconteça desta vez, mas temos que esperar a água baixar para saber o estrago que provocou.
Ao ser questionado sobre o rompimento do dique que operava às margens da BR-356 (Campos - Itaperuna) e que provocou a enxurrada em Três Vendas, Oliveira disse acreditar em falhas na obra.
- A obra é muito nova, tem menos de cinco anos. A comporta soltou do local pela segunda vez, o que me faz pensar que houve alguma falha. Prefiro aguardar as avaliações dos órgãos responsáveis, mas houve alguma falha na obra.
Além do rompimento na altura de Três Vendas, a rodovia teve pelo menos seis pontos de alagamentos nesta semana.
Previsão de temporal e moradores relutantes
O sábado é de céu nublado em Campos, com previsão de chuva forte ao longo do fim de semana. Apesar disso, 2.000 moradores continuam no segundo andar e em lajes das casas inundadas. Os apelos da Defesa Civil para que deixem o local não são atendidos, conforme explica o secretário da Defesa Civil local.
- A recomendação é para que os moradores que estão no segundo andar saiam de suas casas. A gente não sabe o que a água está fazendo por baixo de suas casas, a gente não sabe o que a água pode ruir e acabar matando todo mundo em cima dessas lajes.
Segundo ele, equipes da Secretaria de Assistência Social, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, com a ajuda de médicos e psicólogos, estão em Três Vendas conversando com moradores em risco. Como muitos temem saques nas residências, a Polícia Militar reforçou a segurança do local fazendo patrulhamento da estrada em viaturas.
- O problema é que eles se recusam terminantemente em sair, não importa o que aconteça.
10 mil desalojados e desabrigados
Itaperuna tem 2.000 desalojados e 106 desabrigados; Campos dos Goytacazes tem 1.600 desalojados e 619 desabrigados; Cardoso Moreira tem 1.235 desalojados e 619 desabrigados; Laje do Muriaé tem mil desalojados e 50 desabrigados; Italva tem 620 desalojados e 120 desabrigados; Aperibé tem 600 desalojados e 60 desabrigados; São Fidélis tem 283 desalojados e 92 desabrigados; Bom Jesus de Itabapoana tem 46 desalojados e 20 desabrigados; Santo Antonio de Pádua e Cambuci não têm mais desalojados e contam com 72 e 25 desabrigados, respectivamente.
Em todo o Estado, foram registradas duas mortes (uma em Miguel Pereira e outra em Laje do Muriaé).
R7.com - Rio de Janeiro
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