Revelações surpreendentes nos últimos depoimentos prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de São Francisco de Itabapoana (SFI), que apura denúncias de supostas fraudes e outras irregularidades na área da Saúde. Os depoimentos à CPI desnudam um esquema de corrupção na prefeitura, que envolveria o prefeito Beto Azevedo (PMDB) e o proprietário da Clinica Fênix, Fabel Santos Silva.
O depoimento mais contundente e ao mesmo tempo bombástico foi do ex-secretário de Saúde Hober Caminhas que pediu exoneração da secretaria por não concordar em trabalhar na secretaria sem autonomia.
Caminhas informou à CPI que, em 14 de outubro 2011, foi convidado pelo prefeito para assumir a secretaria com total autonomia para correção dos problemas e que uma das suas exigências foi a ausência do Fabel da mesma, proibindo inclusive sua entrada no setor.
Ao assumir, Caminhas instalou uma auditoria para averiguar as suspeitas de irregularidades da pasta. Logo, auditores informaram sobre a inexistência de documentos que comprovariam os procedimentos realizados através de contratos e convênios firmados entre a secretaria e estabelecimentos assistenciais de saúde com ou sem fins lucrativos.
Funcionários da secretaria também revelaram que não tinham conhecimento onde se encontravam essa documentação, e de que forma eram comprovados que haviam sido realizados e pagos os procedimentos. A auditoria então recomendou que se fizesse a investigação junto ao Fundo Municipal de Saúde, uma vez que nenhum documento ou informação havia na secretaria.
Por outro lado, o débito com fornecedores de medicamentos, comprovado através de notas fiscais, chegava a quase R$ 1,4 milhão, mas no processo licitatório não havia a constatação de tais dívidas. A auditoria também constatou que não havia controle da demanda de medicamentos, o que era feito por um primo de Fabel.
Suspeitas no número de exames com a clínica conveniada
Caminhas também informou à CPI não tinha conhecimento da realização de tais exames, cujos procedimentos eram realizados quando ele era diretor do Hospital Manoel Carola.
O ex-secretário esclareceu que, por sua experiência e pelo conhecimento da demanda do município, levantou suspeita da não realização dos exames pela inexistência de médico especialista para requerer e da especificidade dos mesmos. Segundo ele, comparativamente, nem os hospitais de referência realizam a quantidade de exames que eram realizados por mês no município.
Caminhas também acrescentou ter se afastado da secretaria no dia 1º de novembro depois de constatadas supostas irregularidades no pagamento à Clínica Fênix, tanto no que se refere ao pagamento de exames laboratoriais, bem como a exames de imagens que não eram realizados.
Caminhas também informou à CPI não tinha conhecimento da realização de tais exames, cujos procedimentos eram realizados quando ele era diretor do Hospital Manoel Carola.
O ex-secretário esclareceu que, por sua experiência e pelo conhecimento da demanda do município, levantou suspeita da não realização dos exames pela inexistência de médico especialista para requerer e da especificidade dos mesmos. Segundo ele, comparativamente, nem os hospitais de referência realizam a quantidade de exames que eram realizados por mês no município.
Caminhas também acrescentou ter se afastado da secretaria no dia 1º de novembro depois de constatadas supostas irregularidades no pagamento à Clínica Fênix, tanto no que se refere ao pagamento de exames laboratoriais, bem como a exames de imagens que não eram realizados.
Prefeito tira a autonomia e secretário pede exoneração do cargo
O médico declarou que sua exoneração tornou-se inevitável quando lhe foi apresentado um Boletim de Produção Ambulatorial (BPA) em favor da Clínica Fênix no valor de R$120 mil, pois tinha conhecimento de que não era possível uma realização de exames de tamanho vulto ante a sua experiência clínica no hospital.
Caminhas procurou o prefeito para comunicar as irregularidades e solicitou que fossem suspensos todos os processos, o que lhe foi negado por Beto, que lhe mandou que o desmontasse sua auditoria, assim como continuasse a pagar a clínica porque precisava do dinheiro para a campanha eleitoral de 2012.
O presidente da CPI, vereador Fabinho do Estaleiro, indagou sobre o que seria “comandar a secretaria”, ao que Caminhas respondeu que na realidade quem era o secretário de fato era o próprio Fabel, uma vez que tudo o que o então secretário Fabiano Córdova fazia dependia dele. O Diário não conseguiu ouvir Beto Azevedo e nem Fabel para falar sobre as investigações da CPI.
O Diário Rj
Nenhum comentário:
Postar um comentário