O prefeito de São Francisco de Itabapoana, Frederico Barbosa Lemos (PR), assumiu o comando do município após uma gestão na qual seu antecessor foi cassado pela Câmara de Vereadores por fraude nas verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) e deixou sucateada não apenas a Saúde, mas também outros setores. Diante de um tsunami de proporções devastadoras que atingiu a prefeitura na administração anterior, a prioridade foi acelerar um plano de ação para a reconstrução do município. Mas neste curto período, o jovem prefeito, de 32 anos, quer mais do que simplesmente “arrumar a casa”. “É claro que somente pelo fato de fazer a normalidade voltar o município, com a melhora do atendimento no hospital do Ponto (Manoel Carola), a reforma e a reativação dos postos de saúde, só por isso já posso me considerar feliz. O comércio já sente a diferença no movimento, as pessoas estão com outro ânimo, a instabilidade acabou. Mas eu quero ainda mais, porque São Francisco de Itabapoana, por seu povo e suas potencialidades, pode muito mais ainda”, sentenciou o prefeito.
Querer mais significa, na visão de Frederico, utilizar o bom momento e a posição estratégica e geográfica que o município desfruta e atrair investimentos para São Francisco. O prefeito tem informações de investidores chineses que cogitam construir um porto no município, na região de Barra do Itabapoana. Ao mesmo tempo, pretende capitalizar o resgate de velhas bandeiras como reparação do que considera a grande “injustiça” da exclusão do município na distribuição dos royalties do petróleo. “Vou buscar identificar esses investidores, mostrar as nossas potencialidades. E, quanto aos royalties, soube que o IBGE conclui este ano estudos para tornar mais precisa a metodologia de cálculo utilizada para definir os repasses das indenizações”, declarou.
Royalties: prefeito quer revisão de critérios
Frederico Barbosa Lemos adiantou que irá buscar apoio em Brasília, junto aos deputados federais Anthony Garotinho e Paulo Feijó – ambos do PR -, a fim de acompanhar os estudos do IBGE. “Vamos exigir que se faça justiça com uma revisão dos critérios que coloque São Francisco de Itabapoana como município produtor”, analisou. O IBGE é responsável por calcular em que município e Estado se encontram os poços de exploração, o que é tomado como base pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para o pagamento de royalties.
Outro assunto que o prefeito tratará como bandeira de luta em Brasília a agilização das obras para a construção da ponte ligando São Francisco de Itabapoana a São João da Barra. “Será a ponte da integração entre os dois municípios. Fundamental para a economia, o turismo e a mobilidade nas duas cidades”, comentou o prefeito de São Francisco, cujo orçamento anual é de R$ 82 milhões.
“Situação é muito difícil”
Outra preocupação do prefeito para o bom funcionamento da sua administração é a saúde das finanças da prefeitura. “Vou ter uma reunião com os gerentes de bancos. A situação é muito difícil. A prefeitura está quebrada, não encontrei sequer um litro de gasolina num tanque da frota”, revela. Frederico já mandou fazer uma auditoria nas contas no município e solicitou acompanhamento do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Sobre a situação do funcionalismo, Frederico determinou a realização de um recadastramento. “Quem trabalha vai continuar. Fantasma, nem precisa sair de casa”. O prefeito quer também buscar uma solução para aos quiosques desativados na praia de Santa Clara junto ao Ministério Público e os proprietários.
Pretensões políticas
O prefeito mira a sucessão municipal de 2012 em suas pretensões políticas. “Claro que espero ser indicado na convenção do PR como candidato do meu partido nas eleições deste ano. Sou filiado e prefeito do município, com a consciência de que tenho realizado um bom trabalho, resgatando a confiança e a auto-estima da população, e tenho como meu líder o deputado federal Anthony Garotinho e o meu pai (Barbosa Lemos, primeiro prefeito do município) como orientador”, disse. “São Francisco tem os piores índices de desenvolvimento do Estado, precisamos mudar este cenário que é triste. Hoje, há pessoas que moram sem dignidade, nem mesmo possuem em casa local para fazer suas necessidades fisiológicas. Eu quero virar esta realidade, deixar minha marca”, concluiu.
O Diário
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