Cardeais de todo o mundo estão reunidos no Vaticano para a primeira rodada de reuniões antes do conclave que irá eleger o próximo Papa. O encontro marcado para as 9h30m (5h30m no horário de Brasília). desta segunda-feira(04) começou na Sala Nova do Sínodo com alguns minutos de atraso. A segunda reunião está marcada para as 17h (13h no horário de Brasília) no mesmo local. De acordo com a Santa Sé, duas reuniões serão realizadas por dia até que a data do início das votações seja fixada. Isso também vai depender da chegada de todos os cardeais convocados no Vaticano.
"Os cardeais usam a habitual batina preta filetada e a faixa vermelha, com o solidéu, cruz peitoral e anel", diz o texto.Durante as reuniões, os cardeais vão definir detalhes do conclave, como a data de seu início. De acordo com vaticanistas, eles também devem debater o perfil do próximo Pontífice, o funcionamento do banco do Vaticano e informações sobre o relatório do VatiLeaks, que guarda denúncias contra religiosos. As reuniões são meticulosamente regradas pela Constituição Apostólica, que dita até a vestimenta exata dos membros das reuniões.
"Os cardeais usam a habitual batina preta filetada e a faixa vermelha, com o solidéu, cruz peitoral e anel", diz o texto.
Há atualmente 207 cardeais no Colégio Cardinalício, sendo que 117 deles com direito a voto no conclave por não terem ainda completado 80 anos. Destes eleitores, pelos menos dois anunciaram que não participarão das votações: o arcebispo emérito de Jakarta, na Indonésia, D. Julius Darmaatmadja, e o arcebispo emérito de Edimburgo, na Escócia, D. Keith Michael O’Brien.
Nas reuniões iniciadas nesta segunda-feira participam também os cardeais com mais de 80 anos, embora alguns destes tenham anunciado que serão ausentes, geralmente por razões de saúde, segundo o Vaticano. Cerca de 150 cardeais estão presentes nesta primeira congregação, mas o esperado é que o restante chegue entre esta segunda-feira e a próxima quarta-feira.
Esta primeira reunião acontece quatro dias depois da Igreja ter entrado no período de Sé Vacante. Segundo o cardeal decano, Angelo Sodano, a data do início do conclave só será definida quando todos os eleitores estiverem presentes.
A atmosfera do encontro - conhecido como congregação geral - é espiritual e, segundo os participantes, em nada lembra o bate-boca de um Parlamento italiano. Mas desta vez, sob o choque do mais dramático gesto da História recente da Igreja - a renúncia de um Papa - os cardeais chegam com uma cobrança: querem saber o conteúdo do dossiê secreto entregue ao Papa Bento XVI, relatando problemas comprometedores à imagem da Igreja Católica e os nomes dos responsáveis.
O cardeal Geraldo Majella, arcebispo emérito de Salvador, veterano na participação em conclave, foi incisivo: não são apenas os brasileiros que querem saber.
- A gente quer saber. Todo mundo está interessado em saber. Por que não foi dado até agora? Eu também estou querendo saber o que tem nesse dossiê.
Outro cardeal, Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também cobrou:
- Por que o cardeais que estão reunidos agora, que são conselheiros mais próximos do Papa e que vão votar no Papa, não podem ter essas informações? Acho que é mais do que justo e necessário que os cardeais tenham as informações sobre o conteúdo do dossiê.
No domingo, pela primeira vez em oito anos, não houve missa na Praça de São Pedro. Horas antes da abertura do encontro de cardeais, marcado para as 9h30m de Roma (4h30m) de Brasília, muitos deles continuavam sem saber se o Vaticano liberaria ou não a informação antes do conclave, ou seja, antes da reunião secreta e fechada de 115 cardeais para a escolha do próximo Pontífice. Rumores dizem que os três cardeais que escreveram o dossiê secreto estariam preparando um resumo para apresentar nas discussões.
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