sábado, 14 de julho de 2012

Manifestantes realizam a Primeira Marcha das Vadias em Campos

A primeira Marcha das Vadias teve início na manhã deste sábado (14), com concentração na Praça São Salvador, no Centro de Campos. Manifestantes e organizadores do evento se reuniram no local, onde falaram publicamente, antes da passeata percorrer as ruas da cidade até o bairro da Pelinca.

De acordo com uma das organizadoras do movimento, Monique Frias, a marcha chegou à cidade campista através de sua iniciativa.
“A ideia primeiramente foi minha. O grupo foi criado na internet e logo apareceram pessoas dispostas a ajudar. O movimento tem como causas, a violência contra a mulher, o machismo e o descaso do governo com a falta de apoio as mulheres. A marcha é muito importante em Campos, que é uma cidade de interior, onde as pessoas possuem a mente mais fechada e justamente onde acontecem mais casos.” Disse.

Outra organizadora e integrante do movimento, Raquel Isidoro, afirmou que a marcha é autônoma e está crescendo a cada dia. “Tudo surgiu de uma curiosidade. Aceitamos apoio e essa primeira marcha tem como objetivo chamar as pessoas para participarem do grupo e acabar de vez com esse tabu, pois todas nós de alguma forma, já sofremos casos de machismo.” Ressaltou ela.

Vários integrantes, entre homens e mulheres que se faziam presentes, discursaram durante a concentração realizada na praça e manifestaram melhores ações das políticas públicas e o exercício da cidadania contra os abusos de violência sexual contra a mulher e o machismo.

Uma manifestante de outro movimento, “Mulheres em luta”, Roberta Maiane veio da cidade de Macaé para participar da Marcha. “A violência contra a mulher é uma realidade muito cruel no nosso país. A lei Maria da Penha foi um enorme avanço, mas o combate não está sendo feito como deveria. Faltam recursos e verbas.” Ressaltou.
O cineasta e também um dos organizadores da Marcha das Vadias, Alexandre Florentino, disse em seu discurso que ser homem é não ser machista. “Tentar justificar um ato de violência é também violência. Não podemos permitir isso, temos sim, é que respeitar as diferenças.” Finalizou ele.

A Marcha das Vadias surgiu no canadá, quando um policial orientou às universitárias de uma faculdade que parassem de se vestir como "vadias" para não serem estupradas. A marcha é um grito das mulheres contra uma cultura em que a sociedade se escandaliza diante da forma como uma mulher se veste, mas não se escandaliza diante de um ato brutal contra o ser humano.
Ururau

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