segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Para Garotinho, “laranja”, que já recebeu R$8 milhões da prefeitura de Campos, com campanha está dentro da lei

A mistura entre uma empresa em nome de um “laranja”, que já recebeu R$ 8 milhões da Prefeitura de Campos e servia de base para atividades eleitorais do PR com a participação de membros do governo municipal, não causou surpresa ao deputado federal Anthony Garotinho (PR), que apontou uma “grande perseguição” e garantiu que não há nada ilegal. No domingo (14), após a publicação de matérias na "Folha da Manhã" e no jornal “O Globo”, que mostraram, com documentos e informações da Justiça, um mega esquema de corrupção eleitoral, Garotinho usou o seu blog para afirmar que “a matéria não apresenta nenhuma ilegalidade”. O blog “Ponto de Vista”, de Christiano Abreu Barbosa, hospedado na Folha Online, foi o primeiro a levantar as denúncias e a publicar documentos que comprovam o envolvimento da empresa e assessores da Prefeitura no esquema irregular.

Sem entrar em detalhes sobre a ligação entre a empresa Edafo Construções e a Prefeitura de Campos, Garotinho criticou as matérias jornalísticas. Além disso, deixou uma pergunta no ar: “Se o PR de Campos quisesse esconder alguma coisa, teria assinado contrato com alguém que legalmente é o dono do galpão? Não faz sentido”, justificou. Porém, o candidato ao Governo do Estado não comentou sobre o depoimento do DJ Júlio Cossolosso, que admitiu ser “laranja” de Paulo Ferreira Siqueira, conhecido como Paulo Matraca, apontado como proprietário da Edafo. Segundo Cossolosso, o documento de cessão do galpão, citado por Garotinho em seu blog, foi assinado dentro da Prefeitura de Campos, na sala do Fundecam, na presença de Otávio Amaral de Carvalho, o Tavinho, presidente do Fundo. Além do material da campanha de 2014, foram encontrados documentos da Edafo, folhas com registros da saída de material e propaganda das campanhas de 2010 e 2012.

Para o deputado federal, o fato de o subsecretário municipal de Governo, Ângelo Rafael, ter sido flagrado no galpão também não configura nada ilegal. “O subsecretário de Rosinha que estava no local às 7h30m, portanto antes do seu horário de serviço, conforme determina a própria lei”, comentou Garotinho.

Investigação
De acordo com o relatório do Ministério Público Eleitoral em Campos, há evidências que podem caracterizar abuso de poder econômico, já que é vedada a utilização “das dependências de uma sociedade que realiza contratos com a prefeitura em benefício próprio, constituindo ilícito penal e eleitoral”. O Ministério Público Eleitoral sustenta ainda que “há comprovação, nos autos, de que a atual prefeita de Campos, através de seus agentes, direcionou o interesse público em benefício de Anthony Garotinho, Clarissa Garotinho e candidatos do PR”.

A investigação iniciada em Campos foi remetida à coordenadora geral de Fiscalização do estado, juíza Daniela Barbosa. Peças serão remetidas ao Ministério Público Estadual e ao Departamento de Ordem Institucional (Delist) da Polícia Federal.

Folha Online

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