Um terço das residências tem computador com acesso à internet

Com mais renda, os brasileiros passaram a ter acesso a mais bens. Tanto que, com exceção do rádio, os demais itens pesquisados pelo IBGE e divulgados nesta sexta-feira com dados de amostragem do Censo 2010 aumentaram sua presença nos 57,3 milhões de domicílios do país. Destaques recaem sobre o microcomputador e a máquina de lavar.

— O acesso a mais bens é consequência direta do aumento da renda na última década — disse Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com os dados, a presença do computador nos lares deu um salto entre 2000 e 2010: passou de 10,6% para 38,3% dos domicílios (ou 21,9 milhões). À reboque, a internet — investigada pela primeira vez pelo IBGE — avançou também. Em 2010, um terço das residências (ou 17,6 milhões) estava conectada. A região com maior presença de computador em casa é a Sudeste, onde 48% dos domicílios têm o equipamento — mais do que o dobro do que observa no Nordeste, com 21,2%.

A máquina de lavar, por sua vez, está em 47,3% dos domicílios (ou em 27,0 milhões). Nesse caso, as diferença regionais são ainda maiores. No Sul, 65,6% dos lares têm o artigo — participação três vezes maior do que o que se observa no Nordeste (19,0%).

O acesso a crédito também permitiu que mais famílias tivessem carro. Na última década, a participação do automóvel nos domicílios passou de 32,7% para 39,5%. A presença de motocicleta para uso particular, que foi investigada pela primeira vez no censo brasileiro, foi de 19,5%.

Mais brasileiros, segundo o Censo, têm mais acesso a serviços de telefonia. Em 2000, eram 39,7% de domicílios com linha telefônica instalada. Presença que sobe para 87,9%, em 2010, quando considerados os lares com algum telefone (fixo ou celular).

Pelos dados do Censo, em 2010, apenas 4,7% das residências passam a ter somente o telefone fixo. Já ter apenas o celular é realidade em 47,1% dos domicílios. Fixo e celular estão em 36,1% das casas. Apesar dos avanços, há 12,1% dos domicílios do país — ou quase 7 milhões de lares — sem qualquer serviço de telefonia.

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