quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Escola Tasso da Silveira exibe nova fachada e painel feito por alunos

Oito meses após a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando um atirador matou 12 crianças e feriu outros 10 estudantes, a unidade, que passa por reformas, já apresenta uma nova fachada, além de dois painéis de azulejo feitos pelos próprios alunos e professores. Até mesmo a entrada do colégio mudou. Agora, fica na rua ao lado, o que ajuda ainda mais a apagar as referências do passado traumático de cada um que frequenta o local.
Todos os estudantes participaram de oficinas de arte, ministradas pela arquiteta e urbanista Laura Taves, durante quatro meses. O resultado são cerca de 1.500 desenhos em azulejos, que exibem amor à escola e mensagens otimistas. O painel com esses desenhos, que ficará no pátio, começaria a ser instalado na tarde desta quarta-feira (14), mas por conta de um desnível no muro, o trabalho foi adiado. O outro painel, que também teve a participação de alunos e professores, já foi instalado na fachada. Ele mede cerca de 120 metros quadrados e possui mais de cinco mil azulejos.
Painel de azulejo feito por professores e alunos
Desenhos mostram mensagens de otimismo 
Para o diretor da escola, Luiz Marduk, o projeto foi importante para a superação da escola. “Tem um sentimento ainda de muita tristeza, muita dor, mas é um momento muito avançado de superação. E esse painel tem a marca desse momento que estamos vivendo. Eu sempre coloquei a arte como elemento de superação”, disse.“Foi um desafio muito grande. Primeiro você fazer um projeto plástico de qualidade numa arquitetura grandiosa já é um desafio, e com o histórico da escola era um desafio ainda maior”, disse Laura, idealizadora do projeto.
O sentimento das crianças era de orgulho ao verem parte do painel montada em cima da mesa. “Eu fiz um monte de coração, cada um escrito uma coisa, como amor e paz. Achei muito legal trabalhar em cima do azulejo. Daqui a alguns anos a gente vai ver a escola nova, firme e forte, depois de tudo o que aconteceu”, disse Júlia Elleres, de 12 anos.

“Fiz o um vaso com rosas dentro e escrevi o que eu sentia pela escola, como amor, felicidade, amizade”, disse Larissa Cristina, também de 12 anos.
Thayene Deplan, de 11 anos, contou que desenhou uma grande borboleta. “Depois do que aconteceu, as borboletas estão em volta da escola, para dar uma vida melhor a todos que sofreram, dar mais alegria”, explicou ela.
O jovem Rodrigo Aguileira, de 15 anos, deixou registrado no azulejo um de seus poemas: “Não sei se dentro de você existe um pouco de mim, mas dentro de mim existe muito de você”.
Gi.com - Rio de Janeiro

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