sábado, 17 de dezembro de 2011

Usar o celular ao volante é mais perigoso do que a ingestão de álcool

Usar o telefone celular para conversar enquanto se dirige é tão perigoso quanto ingerir bebidas alcoólicas, comprova pesquisa. O perigo é similar à uma embriaguez moderada.

O resultado do estudo liderado por Peter Langer, pesquisador da Universidade de Rostok, na Alemanha, mostrou que o tempo de reação de pessoas conversando no telefone era menor do que pessoas que tinham entre quatro e cinco gramas de álcool por 100 ml de sangue. Para se fazer um comparativo, 0,2g por 100 ml é o limite de álcool no sangue permitido pela legislação brasileira (a famosa “Lei Seca”).

“Foram testados o tempo de reação às ações dentro da visão periférica em 60 indivíduos saudáveis com diferentes experiências ao volante e que foram observados conversando ao telefone ou após ingestão de álcool”, explicam os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado no periódico Human Psychopharmacology.

A visão periférica é um sistema com papel central na nossa orientação espacial e tem como função detectar informações e selecionar dados relevantes para que o foco de atenção se modifique e para que possamos reagir adequadamente àquela situação.

Quando se ingere álcool, a visão periférica se reduz e nosso foco de atenção se limita à visão centralizada, o que nos deixa com menos informações sobre a situação, aumentando o risco de acidentes automobilísticos, por exemplo.

O estudo mostrou que o tempo médio de reação a um obstáculo do grupo controle – sem conversar ao telefone e sem ingerir álcool – foi de 0,76 segundos. Pessoas alcoolizadas reagiram com média de 1,03 segundos. Já motoristas conversando ao telefone celular levaram certa de 1,20 segundos para responder a um estímulo que requeria atenção.

Motoristas experientes, entretanto, mostraram uma média 0,001 segundo mais baixo (ou seja, uma diferença quase irrisória) quando comparados ao grupo de motoristas menos experientes e conversando ao telefone.

Em compensação, os motoristas com maior experiência ao volante e alcoolizados reagiam 1 segundo mais rápido do que motoristas sem experiência e que haviam ingerido álcool. Isso resultou em 18% mais erros no primeiro grupo e aproximadamente 28% mais erros ao volante no grupo com menor experiência.

Com base nesses resultados é possível imaginar que a soma de falta de experiência ao volante e níveis alcoólicos acima do permitido por lei já é uma combinação explosiva. Atender ou fazer uma chamada ao celular nessa situação pode ser a fagulha para que o pior aconteça.

Ururau

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