terça-feira, 5 de novembro de 2013

Lista de credores da OSX tem dos governos ao fornecedor de cafezinho

O Jornal Estadão produziu uma matéria relacionando a lista de credores dos mais variados do grupo do empresário Eike Batista. Nesta lista de credores da OGX que acumula dívidas de R$ 11,3 bilhões, constam até os fornecedores de cafezinho, que têm para receber cerca de R$ 10 mil.

O ‘calote’ atingiu também serviços de refrigeração, no valor de R$ 11 mil, empresas de aluguel de automóveis (R$ 6 mil), cooperativas de táxis (R$ 9 mil) e material de papelaria (R$ 4 mil). As contas de telefone celular e serviços de telecomunicações acumulam valores de R$ 85 mil não honrados por Eike Batista.

No rastro de inadimplência da OGX, amargam prejuízos fundos de investimentos, bancos, órgãos públicos e até fornecedores de materiais e serviços de refrigeração à papelaria.

No relatório encaminhado à Justiça em que elenca todos os credores, a OGX informa ainda que as dívidas com a Petrobrás somam R$ 37 milhões e já têm prazo de pagamento vencido. Com a subsidiária Petrobrás Distribuidora, as dívidas passam de R$ 3 milhões e ainda não estão vencidas. Juntas, as empresas detêm 0,21% das dívidas da petrolífera do grupo X. Procurada, a Petrobrás não comentou os valores.

Outros órgãos estatais também surgiram na lista. A Caixa Econômica Federal é credora de cerca de R$ 121 mil, e o Ministério dos Transportes, R$ 100 mil. Também constam como credores o Ministério da Fazenda, o Tribunal de Justiça e a prefeitura do Rio.
No total das dívidas da empresa de Eike, pouco mais de R$ 740 milhões são de títulos vencidos. Entre os principais credores, estão fundos de investimentos com mais de R$ 8 bilhões. O grupo francês Schlumberger, da área de petróleo, acumula mais de R$ 150 milhões em títulos. O relatório também expõe a dívida entre as empresas irmãs do grupo X.

A OSX reclama o pagamento de R$ 1,6 bilhão por contratos de locação de equipamentos, como plataformas de exploração. A OGX, entretanto, reconhece dívidas de apenas R$ 770 milhões.

A petroleira também deixou de pagar serviços básicos da empresa, como o aluguel da sede do grupo EBX. A administradora do Edifício Serrador, no Centro do Rio, cobra uma dívida de mais de R$ 757 mil referentes ao aluguel do espaço. Em função das dívidas, as empresas do grupo começaram a deixar o prédio no início de outubro.

Calote de Dívida Externa Privada chega a R$ 6,2 Bilhões
Em menos de um ano e meio, os investidores internacionais de títulos da dívida externa privada brasileira viram cerca de US$ 6,2 bilhões de seus patrimônios ficarem sob risco irremediável de calote. É quase 5% de toda a dívida emitida por meio de bônus no exterior que circula hoje no mercado global. E os papéis micados sobraram para todo mundo, de pessoas físicas que investiram quantias pequenas como US$ 10 mil em títulos do banco Cruzeiro do Sul até administradores de fundos badalados como Pimco ou BlackRock que aplicaram bilhões na petroleira do empresário Eike Batista.

Cinco empresas brasileiras são as responsáveis pelo início da via crúcis desses investidores para receber de volta o que investiram. Em ordem de tamanho de calote, são elas: a petroleira OGX, o banco Cruzeiro do Sul, a elétrica Rede Energia, o estaleiro OSX e a Lupatech, fornecedora de equipamentos do setor de óleo e gás. Alguns desses papéis ainda são negociados no mercado secundário de títulos de dívida, mas com descontos de 90% como é o caso da Lupatech. Desde abril, a empresa deixou de pagar os juros dos US$ 275 milhões que tem de bônus em circulação.

Sob os holofotes estão agora as empresas de Eike, em especial a Petroleira OGX, que tem uma dívida de US$ 3,6 bilhões com esses chamados "bondholders" e entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça fluminense na semana passada. Mais da metade desse valor está nas mãos de sete grandes fundos internacionais: Pimco, BlackRock, Loomis, Sayles & Co., Lord Abbett & Co., Ashmore Group e Spinnaker Capital Group. Boa parte desses fundos já contabilizou o calote e para eles agora resta esperar a proposta de pagamento a ser apresentada pela empresa no processo de recuperação.

Algumas fontes próximas à companhia dizem que dificilmente haverá uma proposta de pagamento em espécie. A maior probabilidade pode estar na troca da dívida por capital da petroleira, que tem no campo de exploração de Tubarão Martelo sua principal aposta. A proposta chegou a ser negociada previamente ao pedido de recuperação, mas os credores não chegaram a um acordo.

Da lista que tem afligido os credores, a única companhia que ainda não deu calote foi a OSX, empresa naval de Eike. Mas nem por isso a preocupação é menor. Os detentores dos US$ 500 milhões em bônus lançados pela OSX-3 já se preparam para eventual pedido de recuperação judicial da companhia nesta semana.

Ururau

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