O empresário Edvar Chagas, eleito para a nova diretoria do Sindicato do Comércio Varejista de Campos (Sindivarejo), ressalta que o excesso de feriados representa um grande prejuízo para o comércio de Campos, cidade que não tem apelo turístico. “As pessoas se programam para os feriados, viajam e acabam gastando fora. O comércio campista fica prejudicado. Além disso, acho certa irresponsabilidade a criação de feriados. Na realidade, é um apelo eleitoral, e o governo não leva em consideração o esforço do empresariado. Um dia parado representa um grande prejuízo para o comércio e, principalmente, para a indústria. Em um país que precisa produzir muito, como o nosso, feriados representam atraso para comércio e indústria”, destacou Chagas.
Em nota técnica divulgada pela Diretoria de Desenvolvimento Econômico, a Firjan defende a revisão de todos os feriados e o fim dos “enforcamentos” com a antecipação para segunda-feira das datas que caírem de terça-feira a sexta-feira. Gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês afirma que cada dia parado na indústria no estado representa prejuízo de R$ 550 milhões. Já em períodos de “enforcamento” há perdas de pelo menos 50% deste valor. Ou seja, cerca de R$ 275 milhões por dia sem trabalho.
De acordo com Mercês, existem três projetos de lei tramitando no Congresso Nacional propondo a antecipação dos feriados para segunda-feira. “Esperamos que nosso estudo jogue luz sobre a discussão deste assunto. A mudança não resolveria o problema, mas seria uma forma de amenizar as perdas”, avalia Mercês.
Jogos da seleção preocupam os empresários
Os 64 feriados que o Brasil pode ter durante a Copa — contando que cada cidade pare em dia de jogo — podem render uma queda de R$ 30 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo estudo realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP). O levantamento ainda apontou que os gastos das empresas que mantiverem suas atividades no feriado poderão chegar a R$ 135 bilhões. Desse montante, R$ 50 bilhões serão gastos em custos e encargos trabalhistas, graças ao acréscimo à folha de pagamento de 137% ao dia trabalhado.
De acordo com a análise feita pela Fecomércio-SP, a queda de produção “significa a perda potencial de competitividade para as empresas de todo o conjunto da economia como lojas no atacado e varejo, empresas de serviços, indústrias e produtores agrícolas”.
Comércio reclama que é o maior prejudicado
O gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês informa ainda que projetos tratam algumas feriados como excessivo. São eles: 1º de janeiro, Carnaval, Sexta-Feira Santa, 1º de Maio, Corpus Christi, 7 de setembro e 25 de dezembro. O especialista da Firjan ressalta também que muitos países da Europa estão reduzindo seus feriados. “Portugal, por exemplo, eliminou recentemente quatro feriados de seu calendário nacional. Isto é uma tendência mundial”, defende.
Já o presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio), Aldo Gonçalves estima que os setores de comércio e serviços tenham perdas diárias de R$ 1,1 bilhão com os feriados. “Só na cidade do Rio este prejuízo chega a R$ 725 milhões por dia nesses dois setores”, informa o dirigente da entidade.
Em Campos, não há um levantamento sobre perdas nos feriados, mas comerciantes reclamam dos dias que os consumidores desaperecem. Para o lojista Luiz Carlos Chicri, alguma coisa tem que ser feita para acabar com muitos feriados. Ele cita como exemplo o mês de março. “Este ano, com o Carnaval em março, o mês só vai começar realmente na próxima segunda-feira, dia 10. Isso quer dizer que o setor perdeu dez dos 31 dias do mês. O governo, por sua vez, não quer saber. Vem logo cobrar os impostos”, disse Chicri.
Folha Online
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