sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Filhos de fumantes têm mais chances de desenvolver leucemia

Crianças cujos pais fumam têm pelo menos 15% mais chances de desenvolver o tipo mais comum de câncer infantil, a leucemia linfoide aguda (ALL, na sigla em inglês), afirma um novo estudo australiano.

Apesar deste tipo de leucemia ser o câncer mais comum em crianças, ela ainda é rara, afetando de três a cinco pacientes num grupo de cem mil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos.

A equipe de pesquisa, liderada pela especialista Elizabeth Milne, do Instituto Telethon de Pesquisa sobre Saúde Infantil na Austrália, pesquisou as famílias de aproximadamente 400 crianças com a doença. Eles questionaram se os dois pais tinham o hábito de fumar. Em seguida, os especialistas compararam essas famílias às de mais de 800 crianças, com a mesma idade, que não tinham leucemia. Eles descobriram que o comportamento da mãe não tinha impacto sobre o risco da criança de desenvolver câncer.

Mas as crianças cujos pais fumavam durante o tempo de concepção eram 15% mais propensas a desenvolver leucemia. Aquelas cujos pais consumiam pelo menos 20 cigarros por dia nessa época eram 44% mais propensas a terem o câncer diagnosticado.

- O hábito dos pais de fumar parece ser uma fator de risco real - disse Patricia Buffler, professora da Universidade da Califórnia, que não participou da análise. - A importância da exposição ao tabaco e do câncer infantil era negligenciada até pouco tempo.

Dos nove relatórios anteriores sobre o assunto que os cientistas encontraram na hora de fazer a comparação, seis também falavam de um risco maior. As descobertas fazem sentido, opina Patricia:
- A fumaça do tabaco é cheia de toxinas, incluindo cancerígenos. Então, não é improvável que haja danos nas células que produzem esperma.

"Espermatozoides contendo danos no DNA ainda podem alcançar e fertilizar um óvulo, o que pode levar à doença nos filhos", escreveu a pesquisadora que liderou o estudo, Elizabeth Milne.

A pesquisa, no entanto, não prova que espermatozoides com danos no DNA causados pela fumaça são responsáveis pelo maior risco de as crianças terem câncer.

"As causas da ALL provavelmente são multifatoriais, e nossas descobertas se relacionam apenas a um dos prováveis fatores", diz o texto de Elizabeth Milne. Ela acrescentou que os resultados não devem fazer os pais se sentirem culpados.

Muitos outros fatores ambientais também estão relacionados a uma maior chances de desenvolver leucemia na infância, incluindo radiação ionizante como raios-X e exposição das mães a pinturas ou pesticidas durante a gravidez.

Elizabeth disse que muitos estudos sobre essas causas potenciais são pequenos e não conclusivos.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/filhos-de-fumantes-tem-mais-chances-de-desenvolver-leucemia-3451811#ixzz1ghxSDqD7
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