sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Casal de PMs mortos fez churrasco no final de semana e fios de cabelo encontrados na mão do menino são da mãe

As investigações da Polícia Civil apontam que o casal de PMs fez um churrasco no final de semana em que foram assassinados. A polícia afirma que a confraternização aconteceu no domingo e que as mortes teriam ocorrido na madrugada seguinte. O adolescente Marcelo Pesseghini, filho do casal, é o principal suspeito.

Ao vistoriar a casa após a descoberta dos corpos, os policiais encontraram carvão queimado na churrasqueira e latas de cerveja espalhadas pelo chão.

Os corpos do sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini, de 40 anos, da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36, do adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, além de outros dois familiares, foram encontrados mortos na casa número 42, dividida em dois sobrados, num mesmo terreno na Vila Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.

Reconstituição

A polícia trabalha com a seguinte linha de investigação: no domingo, a família Pesseghini reuniu os familiares para um churrasco. O tenente da PM César Bovo, irmão de Andréia, viajou de Rio Claro (SP) para a capital paulista para a confraternização, que terminou por volta das 20 horas. Vizinhos relataram que a família costumava fazer churrascos nos finais de semana.
Reprodução / Tv Record
Na manhã seguinte, o sargento Luís Marcelo Pesseghini acordaria às 5 horas para fazer um "bico" de segurança. Andréia seguiria para o 18º Batalhão da PM onde trabalhava no setor administrativo. Marcelo iria à escola no bairro da Freguesia do Ó.

Seguindo a mesma profissão do pai e do irmão, Andréia era uma policial militar exemplar, segundo o seu comandante Laerte Fidelis. Em 2010, um problema na coluna a tirou das ruas e ela passou a executar serviços administrativos. Há 15 anos como militar, Luis Marcelo Pesseghini costumava levar seu filho para visitar a sede da corporação. Marcelo tinha um uniforme da Rota ajustado ao seu tamanho e, segundo familiares, falava que seguiria a profissão dos pais.

Entre meia noite e uma hora da manhã, vizinhos relataram ter desconfiado do barulho na residência do casal, como Rosemary Pereira Teixeira, de 50 anos, vizinha de frente da família.

Os disparos saíram de uma pistola .40, de propriedade de Andréia. Todos os tiros – a polícia encontrou apenas cinco cartuchos na casa – atingiram a cabeça das vítimas enquanto elas dormiam, com exceção de Andréia. Ela foi encontrada com um joelho apoiado no colchão e o outro no chão. A polícia acredita que, num momento de desespero, ela tentava socorrer o marido. O casal dormia num colchão no piso da sala devido ao problema na coluna de Andréia.

Segundo as investigações, o sargento da Rota foi o primeiro a ser alvejado. Estava dormindo profundamente e uma das mãos segurava o colchão numa posição de conforto. A polícia o encontrou de bruços e coberto. O mesmo ocorreu com a avó e a tia-avó do adolescente Marcelo. Cada uma estava em uma cama individual, num sobrado no mesmo terreno.

Por volta da uma hora, Marcelo saiu de casa no veículo da mãe e dirigiu cinco quilômetros até chegar próximo ao colégio - as aulas só começam às sete horas. Ele posicionou o assento do motorista para trás e dormiu durante quase seis horas. Como sofria de uma fribrose cística aguda, doença que lhe causava transtornos respiratórios, trazia consigo rolos de papel higiênico na mochila.

Por volta das 6h23, uma câmera de segurança da rua Professor João Machado, na Freguesia do Ó, mostra o garoto caminhando na calçada em direção ao colégio. Na instituição, comportou-se como nos dias anteriores: alegre e dócil, segundo colegas e professores. Para alguns amigos, contou que aquele seria o seu último dia na escola.

Por volta do meio dia, Marcelo saiu da escola com seu melhor amigo – o mesmo que relatou à polícia que ele tinha fantasias de ser “matador de aluguel”. O pai do colega lhe deu carona até a sua casa. No caminho, Marcelo pediu para pegar uma coisa que estava no carro de sua mãe, que ele mesmo teria estacionado horas antes. A polícia suspeita que o objeto era o revólver calibre 32, encontrado posteriormente dentro de sua mochila. O pai do amigo estranhou o ocorrido e perguntou a Marcelo o que carro de Andreia fazia ali àquela hora. O menino respondeu que sua mãe estava trabalhando próximo ao colégio.

Ao chegar à residência, Marcelo pediu ao pai do colega para não buzinar, pois o barulho poderia acordar o seu pai, que, segundo ele, dormia em casa. O garoto entrou na residência, largou a sua mochila na porta da sala, passou a mão na nuca da mãe – a polícia encontrou fios de cabelo na mão do garoto -, e deu um tiro na própria cabeça com a mesma arma que executara os outros familiares.

Veja

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