quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Setor canavieiro da região tem prejuízo de R$ 3 bilhões

Nos últimos oito anos o setor sucroalcooleiro no Norte Fluminense teve um prejuízo de R$ 3 bilhões de reais. Em 2005, o volume de produção da cana era de sete milhões de toneladas. Em 2011, caiu para 2,2 milhões. As razões da queda foram explicadas nesta terça-feira(30) pelo presidente da Asflucan, Eduardo Crespo; o presidente da Coagro, Frederico Paes, e o especialista em Agrometeorologia, José Carlos Mendonça.

Ao apresentar dados oficiais do próprio governo federal, eles contestaram as razões citadas pela presidência da República para vetar a Medida Provisória 619/13, que previa o pagamento de R$ 12 por tonelada de cana aos produtores independentes dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, referentes à safra 2011/12.

O documento elaborado pelo governo afirma que "a subvenção não é adequada, uma vez que os produtores que seriam beneficiados pela medida não foram prejudicados em suas lavouras por adversidades climáticas semelhantes às enfrentadas nas regiões que receberam benefícios desta natureza".

Dados pluviométricos contra a negativa
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que em 2011 choveu 740mm no Norte Fluminense, 310mm a menos que um ano considerado normal. Balanço hídrico feito pelo especialista José Carlos Mendonça mostra que de 2010 a 2012 choveu apenas 60% do esperado no Norte Fluminense.

Além do baixo volume, a chuva também ocorreu de forma má distribuída. Choveu pouco entre novembro e março, período em que a cana precisa de água para se desenvolver com melhor qualidade. Em agosto, época de maturação da cana, quando é necessário período de estiagem, choveu além do esperado.

Argumentos contra posição da presidente

Eduardo Crespo explicou que a subvenção é um benefício para minimizar prejuízos aos produtores. "Só pedimos o subsídio para a safra 2011/12 por conta de questões climáticas. Em 2009, por exemplo, não precisamos. Temos a obrigação de mostrar à presidente o equívoco. Acredito na capacidade de retornar este processo, porque em maio ela tinha vetado para o Nordeste, voltou atrás na decisão e contemplou a região com R$ 148 milhões".

Já Frederico Paes critica a decisão. "O que me deixa apavorado é alguém levar a presidência da República a assinar um documento mentiroso", disse, referindo-se à contradição no documento da presidência.

Diante da instabilidade da região, Mendonça também repudiou a decisão da presidente. "O veto me surpreendeu. Eu não entendi. O pagamento de R$ 12 é uma compensação justa. Não estamos pedindo esmola, apesar de termos trabalhado com a miséria", avaliou Mendonça.

Audiência Pública
Na tentativa de sensibilizar a presidência e conseguir reverter a decisão, a Asflucan realiza na próxima segunda-feira, às 9h, uma audiência pública na escadaria da Câmara Municipal. Deputados federais da bancada do Rio de Janeiro e o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, foram convidados a participar do evento com os produtores.

Jornal O Diário

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