quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Taxa de juros de cartão e cheque especial estão mais caros

Na tentativa de conter a inflação, o governo aumentou nesta quarta-feira (09) a taxa básica de juros (Selic) de 9% para 9,5%. Porém, mesmo evitando o aumento geral de preços, outros “vilões” irão pesar no bolso do consumidor: os juros do cartão de crédito e do cheque especial – veja as novas taxas médias no quadro abaixo.

Uma projeção feita pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) demostra que, com a Selic em 9,5%, a média dos juros do cartão de crédito será de 9,41% ao mês sobre o valor residual (no caso do pagamento mínimo) e chegará a 194,23% no ano.

Em termos práticos, o consumidor que tiver uma fatura de R$ 400 e pagar apenas R$ 200 terá no próximo mês um débito de R$ 218,82 mais os valores das compras no período. Os R$ 18,82 são apenas de juros.

As taxas do cheque especial também não ficam muito atrás e passarão a ser, em média, de 7,85% ao mês em cima do valor que o correntista utilizou.

Para o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel Ribeiro, o governo torna o crédito mais caro e, com isso, contém a inflação porque fica mais difícil para as pessoas comprarem e os preços diminuem. Mas essa estratégia tem outras consequências.

— Com essas medidas, o consumidor fica com mais dificuldade de crédito, as vendas caem. Vendendo menos, as empresas começam a dispensar.

Para Miguel, em última instância a situação pode causar até mesmo o desemprego.

Segundo o presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antônio Neto, o comércio sofre com o aumento da Selic e isso prejudica o desenvolvimento do País.

— Não vendendo, o comércio não compra da indústria, que não produz. A inflação fica estável, mas o crescimento está pífio.

Projeções de economistas de instituições financeiras apontam que o PIB (Produto Interno Bruto) do País não deve superar os 3% neste ano.

Como se não faltassem preocupações, mesmo com a alta dos juros para evitar o aumento geral dos preços, o professor de economia da UPM (Universidade Presbiteriana Mackenzie) Pedro Raffy Vartanian afirma que o principal problema no futuro será o repasse da alta do dólar para o preço dos alimentos que necessitam de matéria-prima importada e também os importados.

Nesta quarta-feira (9), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE, já demonstrou que, devido à valorização da moeda norte-americana, as carnes tiveram elevação de 0,88% e o frango inteiro de 3,04% no mês passado. A farinha de trigo também subiu 2,61% em setembro.

Campos 24 Horas

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