sábado, 9 de fevereiro de 2013

Rosas de Ouro e Vai-Vai mantêm favoritismo no carnaval de São Paulo

Rosas de Ouro e Vai-Vai mantiveram o favoritismo e levantaram as arquibancadas do Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, na primeira noite de desfiles do carnaval de São Paulo. Em um desfile luxuoso, carregado em plumas coloridas e alegorias douradas, a Rosas de Ouro celebrou na avenida do samba as festas folclóricas de diferentes partes do mundo e fez uma apresentação harmônica e sem falhas. Com o enredo “Sangue da Terra, Videira da Vida”, a Vai-Vai contou a história do vinho e pintou de roxo e lilás a passarela, em um desfile repleto de celebridades e artistas. Nos minutos finais, a escola de samba passou sufoco com o relógio, mas acabou a apresentação dentro do prazo permitido: 65 minutos. As últimas alas e alegorias tiveram de acelerar o passo, o que poderá prejudicar o desempenho da Vai-Vai, durante a apuração do carnaval, no quesito evolução. A única escola a estourar o tempo máximo permitido, em um minuto, foi a Águia de Ouro, última a se apresentar.
O último carro alegórico da Rosas de Ouro, batizado de "Brasileiríssima", mostra as festas e eventos que acontecem no Brasil, como a Parada Gay, festas juninas e Bois de Parintins
A comissão de frente trouxe bailarinos, capoeira e uma homenagem ao Carnaval, além de um desfile colorido
Com o enredo “Os condutores da alegria, uma viagem aos reinos da folia”, a vice-campeã de 2012, a Rosas de Ouro, cobriu as arquibancadas de papel picado e de serpentina durante a sua passagem pela passarela de São Paulo. Em cada uma das alas, uma festa popular foi homenageada, entre elas, a tourada espanhola, a Oktoberfest alemã e o Saint Peter's Day irlandês. O carnaval peruano, conhecido como La Diablada Puneña, ganhou destaque em fantasias com chifres diabólicos e o Dia dos Mortos mexicano foi celebrado em carro-alegórico com gigantescas caveiras. As alegorias, cinco no total, levaram à passarela desde as festa milenares chinesas até as comemorações tribais africanas.

O último carro alegórico, uma homenagem às celebrações brasileiras, fez referências ao Festival de Parintins e à Parada Gay, com cinco drag queens como destaques. A musa da alegoria foi a transformista Salete Campari. Na concentração, antes de entrar na avenida, a Rosas de Ouro homenageou as vítimas no incêndio na boate de Santa Maria (RS). A rainha de bateria da agremiação, a atriz Ellen Roche, desfilou vestida de bailarina da guarda oficial da rainha Elizabeth II, da Inglaterra, e disse ter se emocionado com o enredo escolhido pela escola de samba neste ano.

— O meu coração ficou mais acelerado que a bateria. É sempre muita emoção desfilar pela Rosas de Ouro e acredito na vitória neste ano — afirmou.

A criação do vinho pelos gregos e a chegada da bebida ao Brasil foram contadas na avenida pela Vai-Vai, em um desfile que teve as participações do cantor Jair Rodrigues, da apresentadora Ana Hickmann, do maestro João Carlos Martins, entre outros. A comissão de frente, dirigida pelo ator Jarbas Homem de Mello, impressionou a platéia pela rápida troca de roupa em pleno desfile. Em um movimento simples, os bailarinos passavam da água (azul) para o vinho (vermelho) em questão de segundos. A namorada coruja do ator, a atriz Cláudia Raia, acompanhou a estreia do amado de um camarote.

— No começo, eu estava bem nervoso, bem ansioso. É a primeira vez que coreografo uma comissão de frente de carnaval. No final, deu tudo certo — comemorou.

Em cinco alegorias, a escola de samba iniciou o seu desfile pelo consumo do vinho em civilizações antigas, passou pela representação religiosa da bebida e finalizou pelo uso destinado à diversão. À frente da bateria, João Carlos Martins ajudou a conduzir o batuque e a rainha Camila Silva empolgou o público. Com problemas na fantasia, a também rainha da Mocidade Independente de Padre Miguel deixou os seios à mostra em mais de uma oportunidade, mas nem assim perdeu o rebolado. Como o personagem bíblica Noé, Jair Rodrigues foi um dos mais aplaudidos no primeiro dia de desfiles.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira mostram fantasias luxuosas em desfile da Vai-Vai
O carro abre-alas da Vai-Vai, que desfilou um enredo sobre vinhos brasileiros
A X-9 Paulistana, escola campeã em 1997 e 2000, falou da diversidade e levou para a avenida um carro alegórico LGBT. A escola teve, entre suas beldades, finalistas do concurso Miss Bumbum Brasil dos últimos dois anos, além de Rita Cadillac. Camila Vernaglia, terceira colocada na competição de 2012, desfilou com fantasia inspirada em Luma de Oliveira. Já a rainha de bateria, Rosemeire Rocha, sambou grávida de oito meses, após autorização médica, mas teve de moderar no rebolado e diminuir o salto. Ao fim do desfile, um dos integrantes da escola teve uma parada cardíaca e foi reanimado por socorristas, antes de ser levado ao pronto-socorro.

Com um dragão que cuspiu fumaça e serpentina na avenida, a Dragões da Real levou o Sambódromo do Anhembi de volta à Idade Média. Sob chuva forte, a escola de samba contou a história dos monstros mitológicos, símbolo da agremiação. Nas alas, castelos, armaduras e donzelas desfilaram entre representações da grande fera. Os desenhos animados e filmes infantis que fazem referência a dragões também ganharam espaço na avenida, como Dragon Ball Z, Harry Potter e Caverna do Dragão.

O primeiro dia de desfiles teve início sem chuva, após uma tarde com precipitação moderada, e com a Acadêmicos do Tatuapé, escola de samba da que voltou à elite do samba paulistano este ano. A agremiação homenageou a sambista Beth Carvalho, que não compareceu ao desfile por problemas de saúde. A cantora, no entanto, foi representada por uma sobrinha e pela amiga Leci Brandão, que esteve à frente da escola, após ter sido homenageada pela agremiação no ano passado.

— Foi muito emocionante. Uma grande alegria, novamente — declarou Leci Brandão.

Dentre as novidades levadas à avenida pela escola, o rei de bateria Daniel Manzioni chamou a atenção do público presente. A escola ainda contou com Dani Sperle, musa da escola, e Tainá Santos Souza, musa da bateria.

O ator, escritor e compositor Mário Lago foi outro grande homenageado da noite, pela Mancha Verde. O desfile, que teve a rainha de bateria Viviane Araújo como uma das atrações, contou até com um integrante fantasiado de estátua viva do ator. Outro destaque ficou por conta da chuva de papel laranja picado junto ao carro abre-alas. Com o enredo "Mário Lago: um homem do século XX", a escola levantou muitos presentes ao sambódromo. Parte das arquibancadas, coloridas de verde e branco, também lembrou um dos ídolos da história do Palmeiras, o goleiro Marcos.

Amanhecia em São Paulo quando a Águia de Ouro, última escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles, trouxe para a avenida a história do sambista João Nogueira. Com integrantes e o que restou do público no sambódromo bastante animados, um dos destaques do desfile foi Diogo Nogueira, filho do homenageado e um dos autores da letra do samba-enredo. A rainha de bateria da escola Cinthia Santos, outro destaque, perdeu parte da "asa" da fantasia e desfilou boa parte do tempo sem o adereço. A escola completou o desfile em 66 minutos, um acima do tempo máximo permitido, e perderá pontos na apuração dos votos.

O carnaval paulistano continua a partir do fim desta noite com os desfiles de Nenê de Vila Matilde, Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre, Tom Maior, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tucuruvi e Império de Casa Verde, pela ordem.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/carnaval-2013/rosas-de-ouro-vai-vai-mantem-favoritismo-no-carnaval-de-sp-7535906#ixzz2KQdPcn4m

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