terça-feira, 12 de março de 2013

Dom Odilo Scherer, o sumo papável brasileiro

Adepto de Facebook , Instagram e Twitter, onde posta fotos e comentários através de um smartphone de última geração, o cardeal dom Odilo Scherer nunca fez qualquer comentário nas redes sociais que pudesse sugerir a possibilidade de renúncia do Papa Bento XVI. A saída de Joseph Ratzinger do mais alto posto da Igreja Católica pegou-o de surpresa. No Natal, sentado à mesa com familiares, ele não só garantia o bom estado de saúde do Pontífice como tinha certeza de que permaneceria no cargo por vários anos. Em fevereiro, com a convocação para a escolha do novo Papa, pediu a familiares que rezassem por ele.

Os parentes e amigos, contudo, não imaginavam que o também arcebispo de São Paulo seria incluído, desde a semana passada, na lista dos chamados “papáveis”. No momento em que a Santa Sé enfrenta escândalos de pedofilia, o nome dele passou a ser cotado em razão de sua fidelidade à doutrina cristã, de seu perfil de bom administrador e da postura intransigente com quaisquer episódios capazes de colocar em risco a imagem da instituição.

- Ele é muito antenado com os jovens e com as novidades. Creio que foi o primeiro cardeal brasileiro a criar uma conta no Facebook. E não há quem o dobre quando ele entende que determinada ideia corresponde à verdade - contou o vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo, Antônio Aparecido Pereira.Os parentes e amigos, contudo, não imaginavam que o também arcebispo de São Paulo seria incluído, desde a semana passada, na lista dos chamados “papáveis”. No momento em que a Santa Sé enfrenta escândalos de pedofilia, o nome dele passou a ser cotado em razão de sua fidelidade à doutrina cristã, de seu perfil de bom administrador e da postura intransigente com quaisquer episódios capazes de colocar em risco a imagem da instituição.

Entre os cardeais brasileiros, o religioso, membro de uma família humilde de agricultores, é o que mantém melhor relacionamento com a Cúria Romana e um dos que tem a postura mais conservadora em temas como casamento entre homossexuais, uso de células tronco e aborto de anencéfalos. De personalidade forte, é descrito como bastante exigente e aberto ao diálogo. Mas raramente se deixa levar por ideias alheias e dificilmente volta atrás em decisões já tomadas, mesmo as que o envolvem em polêmica. No ano passado, como grão-chanceler da PUC-SP, sofreu duros protestos dos alunos ao não ter escolhido para reitor o nome mais votado em lista tríplice.

- Ele é um conciliador nato, mas sem deixar de lado os valores. No episódio da PUC-SP, ele não hostilizou ninguém, mas não transigiu em suas convicções. Ele está sempre disposto ao diálogo, mas, no que não se pode transigir, ele não transige -observou o jurista Ives Gandra Martins, amigo do arcebispo de São Paulo.

O religioso é defensor de uma instituição que dialogue com outras religiões e que contribua na diminuição da pobreza, apesar de ser crítico do uso do marxismo por correntes religiosas, como a Teologia da Libertação. Na política, durante a disputa municipal de São Paulo, envolveu-se em polêmica ao criticar artigo do atual presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, no qual o pastor licenciado da Igreja Universal alfinetava a Igreja Católica.

Como admirador do Papa Leão XIII (1878-1903), é favorável a uma instituição que mantenha diálogo com a modernidade. No Twitter, costuma mostrar a sua veia cômica. Em um dia de trânsito pesado em São Paulo, brincou: “Eu espero que o caminho do céu seja ainda mais congestionado que o de São Paulo, muita gente querendo ir para lá”.

De ascendência alemã, Odilo Scherer, de 63 anos, nasceu em Cerro Largo (RS). Com dois anos, foi viver em Dois Irmãos, distrito de Toledo (PR). O pai, Edwino Scherer, era primo distante do arcebispo de Porto Alegre Dom Vicente Scherer e criou os 13 filhos em um ambiente católico. Na infância, era bastante questionador e já demonstrava interesse pela filosofia. Como nove dos seus irmãos, fez os seus primeiros estudos em instituição religiosa e, aos 13 anos, foi convidado pelo bispo Dom Armando Círio a ingressar no Seminário São José, em Toledo.

Com 21 anos, mudou-se para Curitiba (PR), onde estudou Teologia e Filosofia. Nessa época, gravava fitas de música clássica para os irmãos. O arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, que estudou na época com Odilo Scherer, lembra do gosto do cardeal pela obra do compositor alemão Georg Händel. Na música brasileira, aprecia Roberto Carlos e Chico Buarque.

- Ele gosta de acompanhar o que acontece no mundo. Lê jornais, revistas e diversos sites - observou Flávio Scherer, um dos irmãos mais próximos do cardeal.

Ao todo, dom Odilo é fluente em nove línguas, entre elas inglês, francês e alemão. Na época em que permaneceu na Alemanha, trabalhou em uma montadora de veículos. A família é cautelosa sobre a possibilidade de ele se transformar Papa - mas boa parte já renovou os passaportes para uma eventual viagem ao Vaticano.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/dom-odilo-scherer-sumo-papavel-brasileiro-7812450#ixzz2NKnuV3tX

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...